Quinta, 31 de Julho de 2025
O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, anunciou que o governo estuda subsidiar a produção de pequenos empreendedores inicialmente destinada aos Estados Unidos, visando o consumo e venda no mercado nacional.
Em entrevista durante o programa Bom Dia, Ministro, França explicou que a medida visa mitigar os impactos das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, classificadas como “boicote” pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
“Estamos pensando em soluções para bens perecíveis, aqueles que estragam mais depressa. Imagina peixe, por exemplo. No Ceará, mais de 50% das exportações do estado de peixe vão para os Estados Unidos. São peixes sofisticados, atuns, lagostas, camarões. Esse tipo de produto é difícil você reencaixar.”
O ministro sugeriu priorizar os pequenos empreendedores: “Minha sugestão ao vice-presidente [Geraldo] Alckmin e também ao presidente Lula é que, nesses casos, como os valores são pequenos perto do todo, perto de um avião ou de uma laranja, é que a gente possa subsidiar e colocar na rede pública, de merenda, de alimentação”, comparou.
Segundo o ministro, cerca de 20 mil pequenos empreendedores brasileiros exportam para os EUA, representando 0,8% dos US$ 40 bilhões exportados anualmente. “São pequenos produtores de alho, mel, peixes. Alguns, de frutas como açaí, por exemplo”, enumerou. “É um valor pequeno, que não é tão relevante pra você subsidiar. Pelo menos, tentar ajudar essas pessoas primeiro. Um peixe, para você armazenar e congelar durante um bom período, custa mais caro que o preço do próprio peixe. Não compensa”, disse.
O subsídio seria importante até redirecionar a produção: “Depois, com o tempo, a gente vai se reencaixando em outros mercados e aí vamos tocar a nossa vida. Tem que estar preparado para tudo. Quando você trata com gente normal, vai tratar com medidas normais. Quando você trata com doidice... Como você vai tratar com um doido? Você tem que tentar amenizar, colocar algodão para que os cristais quebrem menos”, afirmou, referindo-se às dificuldades nas negociações com o governo americano.